segunda-feira, 21 de maio de 2007

]MOVE[: um ano de actividades, mudanças e abertura

Fazer um movimento. Que não repetisse os erros do presente e do passado, propondo mais do que a acomodação ou os protagonismos vazios. Que fosse aberto e mobilizador, onde o que se faz e como se faz fosse partilhado, discutido e construído por quem nele participa. Que exigisse mais da Escola e disputasse todas as dimensões da vida que vamos tendo nela, não tendo medo de olhar para fora dos muros que a rodeiam. Coisas que parecem simples, mas que faziam falta... ]MOVE[ – movimento aberto por outra vida na Escola – um nome grande, porque era preciso afirmar várias urgências.


Abril de 2006. O tempo corre... Sem darmos por isso, já lá vai mais de um ano. Tempo que não custou a passar, porque nunca quisemos deixar de fazer o que nos pareceu inadiável.


Discutir a ciência, a Escola e o que acontece no mundo, alargar a participação de pessoas, dialogar com outros movimentos (de estudantes e não só), mobilizar para os momentos de reflexão ou acção no ISA e fora dele: coisas que escolhemos fazer, em pouco tempo porque estamos (todos) atrasados.


Começámos a nossa actividade com a exibição do filme “Fallujah – um massacre escondido”, porque recusamos a proposta da guerra como forma de fazer política e achamos que temos uma palavra a dizer para a parar. Ajudámos nas mobilizações contra as injustiças de Bolonha e o projecto de privatização do ensino. Quisemos ajudar a trazer o indispensável debate científico para a Escola, onde cada vez mais se decora para depois se fazer “paste” num qualquer exame – as “Conversas entre a ciência e a sociedade” foram, sem dúvida, um momento diferente na vida do ISA. Recusámos o crescimento da cultura do medo e da violência da extrema-direita: em Letras ou noutro sítio qualquer. Juntámo-nos às vozes que se levantam contra a precariedade no trabalho e na vida – a iniciativa MayDay foi uma primeira experiência que valeu a pena percorrer. Assistimos ao aparecimento de vários grupos de estudantes em faculdades de Lisboa, todos eles partindo de uma crítica à imobilidade e ao derrotismo do movimento associativo institucional – e com eles fomos dialogando e fazendo acções conjuntas, porque o nosso objectivo nunca foi a auto-satisfação com o nosso “cantinho”. Pelo caminho, editámos cinco vezes um jornal – Movementθ – que nos serve para comunicar e aprender colectivamente, ao mesmo tempo que investimos as nossas energias e reflexões na construção de um blog que queremos que seja cada vez mais um sítio de actualidades (e que tem sido, também, cada vez mais visitado).


Neste percurso, procurámos várias coisas. A agenda e os temas que escolhemos não foram, obviamente, um acaso. Mas também a escolha – tantas vezes definida como impossível ou, outras tantas, como “demorada” – de fazer um caminho de aprendizagem (entre nós e com outros) foi sempre essencial. É por isso que podemos hoje dizer que valeu a pena pensar antes de fazer; que foi bom desafiar pessoas, muitas delas do ISA, para reflectir e opinar – porque ainda vale a pena; mas, sobretudo, sabemos hoje mais do que há um ano, mesmo que isso seja ainda (será sempre!) menos do que gostávamos.


Dito isto, sabemos que ainda está tudo por fazer. Mas também sabemos que podemos e queremos começar um caminho (em aberto), feito com todos os que o quiserem experimentar. Com todas as dificuldades, agora será certamente mais fácil.

2 comentários:

feija disse...

«fácil é fazer com os outros»

feija disse...

«fácil é fazer com os outros»