segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Na Grécia...

Mário Soares alerta para descontentamento que pode resultar em Revolta Social (numa notícia publicada no Diário de Notícias). A questão é que quando o descontentamento é grande, a revolta social é a resposta. É o momento de recusar a continuidade de um governo que perpetua políticas corruptas, favorecendo a sua classe e aqueles que a rodeiam e reprime manifestações e greves.
O historial de luta e reivindicações na Grécia tem sido constante nos últimos anos, devido principalmente à tentativa de privatização do ensino superior, sendo que o assassinato do jovem de 15 anos terá sido apenas a gota de água que intensificou os confrontos na rua, principalmente feito por jovens afectados por um desemprego que atinge os 23%.


À luta dos estudantes dos secundários e das universidades juntaram-se também os trabalhadores, organizam discussões sobre a presente crise e as suas causas e exigem assembleias-gerais. As greves e ocupações têm continuado. Embora muitos não participem nas acções de rua, a maioria compreende a situação e apoia os actos.

Também, como em Portugal, os banqueiros ganham com a crise. Também, como em Portugal, não há dinheiro para salários e pensões. Também, como em Portugal, a administração é danosa. Onde, também, os jovens sofrem desemprego e precariedade laboral.

Neste momento a repressão policial na Grécia é grande, centenas de jovens foram presos, há relatos de maus-tratos nas esquadras.


O Move é pelo fim da repressão policial na grécia e somos solidários com a luta dos estudantes e trabalhadores Deste país.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Crise em Debate





No dia 10 de Dezembro concretizou-se mais um debate promovido pelo Move. Este debate pretendia ser uma discussão sobre as Crises e a Crise.

Numa escola que ainda continua virada para o seu umbigo, pensámos mais uma vez na necessidade de criar mais um espaço de troca de ideias, para que o que se passa lá fora não nos passe ao lado. Para isso convidou-se o Economista José Guilherme que fez uma exposição sobre a crise económica e financeira mundial e o professor do ISA, Lima Santos, que falou principalmente sobre a Crise Alimentar.

Estavam presentes 20 pessoas, entre elas funcionárias/os Professoras/es e estudantes do ISA, que ouviram e discutiram um dos problemas mais actuais do nosso globo, a crise financeira, onde os ricos têm sido protegidos pelos governos, como é o caso em Portugal do BPN e BPP, que é, nada mais nada menos, que roubar dos nossos impostos para pagar a especulação e as apostas nas bolsas que os ricos fazem.

Por outro lado discutiu-se a crise alimentar, anterior, mas não independente da actual. Esta crise levou ao aumento dos preços dos produtos agrícolas fazendo com que muitas populações do mundo passassem e continuem a passar fome, esta discussão, foi, é, e continuará a ser um debate central da nossa faculdade. Apesar de grande parte dos professores ignorarem este problema pensamos que enquanto quase 1/6 do Mundo passar fome, o problema agrícola continuará.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Crise em Debate

O MOVE informa que:

O debate sobre a Crise será realizado no anfiteatro do DEF
(Departamento de Engenharia Florestal)


e não na Sala de Actos.



Até lá

domingo, 7 de dezembro de 2008


Crise em debate




O MOVE organiza mais um debate no ISA, desta vez, o mote para o debate é a CRISE.
Mas qual crise?

Basta ligar a televisão, desfolhar um jornal ou tomar um pouco de atenção à conversa do lado, para nos apercebermos que o argumento crise prolifera por todo o lado, e serve para justificar tudo e mais alguma coisa. Desde o "ordenado miserável que o meu patrão me paga e o desemprego que afecta a minha família", até à privatização do serviço nacional de saúde ou do ensino superior, áreas onde a desresponsabilização do Estado tem crescido mesmo contra a vontade das pessoas. Ouvimos ainda falar de crise ambiental, e de crise alimentar, entre outras...

Os investidores da banca andam preocupados com os seus investimentos milionários, os bancos descapitalizados, e aqui já o Estado assume a responsabilidade de intervir e salvar as fortunas de quem constrói a multifacetada crise.

Mas afinal o que é esta crise que parece afectar a vida de todos nós? E quais as suas dimensões?

Para dar entrada a este debate que se pretende participativo e construtivo, o MOVE convidou algumas pessoas, nomeadamente o economista José Guilherme (que escreve para o blog ladroesdebicicletas.blogspot.com) e o Prof. José Lima Santos (ISA).

O debate é no ISA no dia 10 de Dezembro, pelas 15h na Sala de Actos (edifício principal)

(Instituto Superior de Agronomia, bus 60 e E18)

A tua presença e contributo são importantes!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Debate Palestina

Na Quinta Feira dia 13 de Novembro decorreu mais uma actividade do MOVE, desta vez sobre a situação Israelo-Palestiniana. Foi no Pavilhão de Florestal que passámos um filme chamado "O muro de Ferro" sobre a construção do Muro de Israel que retrata a situação de "Apartheid" que se vive na Palestina. Seguiu-se um debate aberto com a presença de Alan Stolerof, um professor do ISCTE norte-americano de origem judia, pertencente ao Comité Solidariedade com a Palestina. Um debate que juntou cerca de 20 pessoas que discutiram o conflito entre Israel e Palestina, o qual continua a ser uma das mais centrais, se não a mais central, situação de conflito do mundo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008


Amanhã, 12 Novembro, 14h

concentração em frente à reitoria
na abertura oficial do ano académico

vem dizer não ao Orçamento para o Ensino Superior 2009!


O Orçamento de Estado (OE) proposto pelo governo do PS para a UL, vai conduzir a Universidade à ruptura financeira. o aumento proposto

As propinas todos os anos aumentam. Porém, a qualidade do ensino e o montante disponibilizado para a Acção Social diminuem.

Para onde vão então as nossas propinas?
As nossas propinas servem para pagar os ordenados de funcionários públicos universitários (docentes, auxiliares, etc.), enquanto que este pagamento deveria ser assegurado pelo OE, segundo a lei.

Não existe dinheiro para o Ensino Superior (ES), mas existem 20 mil milhões de Euros para salvar os bancos de uma crise criada por eles próprios.

para mais informações vai a naoaooe2009es.blogspot.com

Passa a informação e aparece amanhã na reitoria!


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Cortina de Ferro

Esta semana o ]movE[ apresenta mais um debate no ISA.
Será nesta quinta-feira, 13 de Novembro, pelas 15:00 na sala 2.12 do DEF.


Desta vez o tema é a Palestina.
O debate terá a presença de Alain Stoleroff do Comité Solidariedade Palestina.
E o filme que vamos ver podes descarregá-lo aqui.

Até quinta!


Israel e Palestina aparecem em todos os telejornais, porquê?

Haverá solução para o conflito?


Desde quando existe Israel, e a Palestina?


Quem financia Israel?


Haverá maus e bons?

domingo, 9 de novembro de 2008

Ex-reitores pedem intervenção

Está em causa o funcionamento das universidades, dizem ex-responsáveis. Muitos são do PS.

Júlio Pedrosa, ministro de António Guterres, Rui Alarcão, mandatário de Mário Soares, e Adriano Pimpão, ex-dirigente do PS, assinaram com mais 13 ex-reitores de universidades públicas uma carta ao Presidente da República e ao primeiro-ministro. O "funcionamento regular das instituições e a sua autonomia estão em perigo", alertam os 16 signatários. Contactado, o gabinete do primeiro-ministro até ao fecho desta edição não fez qualquer comentário, por José Sócrates se encontrar no Conselho de Ministros. Na carta, que ontem chegou às mãos do chefe do Governo e de Cavaco Silva, apela-se "a uma revisão da actual política de financiamento, por forma a assegurar a autonomia e o funcionamento regular das instituições". Trocado por miúdos, antigos responsáveis estão a sublinhar os avisos que os reitores têm vindo a fazer: os dinheiros públicos fixados para 2009 não são suficientes, apesar de estarem disponíveis mais €90 milhões. É que as despesas vão aumentar.

Por um lado, a qualificação dos professores representa uma progressão na carreira e, logo, mais dinheiro; por outro, é dos cofres das universidades que sai o aumento salarial de 2,9% decidido pelo Governo para a Função Pública. Os ex-reitores temem que, às quatro universidades que este ano sobreviverem graças a entregas pontuais do Ministério do Ensino Superior, se juntem outras tantas, ou mais ainda. "Nos diversos casos em que as instituições têm entrado em rotura financeira, criou-se a prática da concessão de reforços orçamentais para assegurar o pagamento dos salários, enquanto outras foram obrigadas a usar os saldos resultantes da captação de receitas próprias. Gerou-se desta forma uma situação injusta e desincentivadora da boa gestão, com repercussões negativas e imediatas para a autonomia das instituições e a sua capacidade de planear e assumir estratégias de médio e longo prazo", lê-se na carta, que também foi assinada por Barata Moura, Novais Barbosa e José Lopes da Silva, entre outros. Entretanto, também os pesos-pesados do conselho estratégico da Universidade do Minho, como Leonor Beleza, António Carrapatoso, Carlos Bernardo e João Salgueiro, criticaram ontem a situação de fragilidade em que se encontram as universidades.

domingo, 2 de novembro de 2008

À conversa sobre a história das coisas




De onde vêm as coisas que consumimos?
Como são produzidas e de que forma afectam as pessoas que as produzem e as consomem?
O sentido da vida passou a ser seguir a seta dourada do consumo?

Estas foram algumas das perguntas que motivaram a discussão que o MOVE promoveu na semana passada no ISA. Depois da passagem do filme Story of Stuff o professor José Lima Santos deu início ao debate com uma visão crítica sobre o filme, acrescentando também algumas perguntas que vieram enriquecer este momento de reflexão e de procura de respostas conjunta. (Estamos dispostos a mudar os nossos hábitos de consumo?; Crer na tecnologia e tudo correrá bem?; Devemos acrescentar o custo ambiental ao preço dos produtos que consumimos?; Queremos tentar resolver estes problemas ou esperar pelo colapso?; Quanto tempo temos?; Qual o papel do Estado?; ...).

A conversa desenrolou-se à volta de soluções para um mundo mais sustentável e justo. No final todos ficámos com dúvidas mas com algumas certezas, com a certeza que vivemos num mundo injusto, desigual e insustentável e que algo vai ter de ser feito para mudar isso. A certeza de que os diversos Estados têm um papel importante no desfecho desta história e que as especificidades de cada espaço físico e social têm de ser consideradas. Tal só será possível através de um processo democrático que fomente a autoconstrução das sociedades. Esta foi mais uma actividade organizada pelo MOVE que provou que é possível juntar pessoas, é possível fazer de outras formas, é possível discutir e construir juntos, é possível uma outra vida na Escola. Continuaremos neste caminho, provando que é possível, combatendo o conformismo e negando as inevitabilidades que se vão querendo impor à vida dentro da Escola. Queres caminhar connosco?


terça-feira, 21 de outubro de 2008

Filme e conversa - Story of Stuff

É já na próxima 5a feira, dia 30 de Outubro, às 16h30, que o ]movE[ promove a visualização do filme Story of Stuff, seguida de uma conversa com a participação do prof. Lima Santos.
É no auditório do Departamento de Engenharia Florestal.

De onde vêm as coisas que consumimos?
Como são produzidas e de que forma afectam as pessoas que as produzem e consomem?
O sentido da vida passou a ser seguir a seta dourada o consumo?
Desde a sua extracção às prateleiras dos supermercados e depois para as lixeiras, os produtos que passam pelas nossas mãos afectam muitas pessoas e as comunidades onde estas vivem.
Estas são coisas que estão escondidas por detrás dos componentes do teu leitor MP3 ou do algodão dos teus ténis.



Estas são algumas das questões à volta das quais se desenvolve o Story of Stuff e às quais tenta dar uma resposta.

www.storyofstuff.com

Não faltes!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O MOVE lançou um novo jornal no início deste ano

Podes lê-lo aqui


Aparece na próxima quarta-feira, dia 15 às 14:30, no relvado junto da cantina para falar e ouvir Pedro e Diana

O MOVE é um movimento informal de estudantes que nasceu dentro ISA em 2006, criado pela necessidade de mudar a vida na Escola derrubando muros que nos limitam dentro dela; muros que se interpõem entre ela e o mundo onde vivemos, o qual queremos construir e decidir.


O MOVE é assim um movimento aberto à participação de todos (alunos, professores, funcionários, ...) os que queiram connosco pensar e construir a Escola. Porque acredita que é possível outra vida na Escola. Porque vê na Escola um espaço onde nascem e se discutem novas ideias. Porque espera da Escola mais do que uma rotina onde se aprende e ensina. Porque sabe que é possível juntar pessoas para fazer de outras formas. Porque recusa a "inevitabilidade" de uma Escola onde a tecnocracia vence a vida.


Com o nosso pouco tempo de existência já muitas coisas organizámos que no passado recente nos pareciam impossíveis: juntar diversas pessoas de formas diferentes e por motivos diferentes, organizando debates com os mais diversos temas, festas, reuniões, manifestações; e construindo jornais, cartazes, panfletos, entre outras coisas. Apesar de tudo isto, temos a consciência e a humildade para saber que ainda está quase tudo por mudar e que nem sempre demos as melhores respostas às mais diversas situações, mas este é um caminho que se faz juntando pessoas e procurando com elas as melhores alternativas. Queres procurá-las conosco?


Queremos uma Escola sem barreiras, sem muros no pensar, queremos a liberdade, a diversidade e a democracia. Exigimos fazer parte da escola e recusamos ser apenas uma matéria prima a transformar para responder às ditas necessidades do "mercado", a tal coisa que apregoam conseguir regular tudo, e que é o mote para a "selva" em que vivemos hoje, onde a desigualdade e a injustiça prosperam. Queremos uma Escola pública, onde todos encontrem as portas abertas, ou melhor uma Escola sem portas... Queremos todos fazer parte, construir e decidir a Escola todos os dias.


Sabemos que muitos dos problemas que combatemos dentro da Escola são o reflexo (e muitas vezes a causa) do que se passa no resto da sociedade. Assim, as nossas lutas são múltiplas, porque sabemos que a mudança só nascerá da união entre pessoas que vivem as mais diversas realidades mas que partilham problemas comuns, porque nada existe isolado. E por estes motivos este pequeno jornal fala de temas tão diversos que precisam de chegar às mais diversas pessoas que fazem parte (ou não) do espaço Escola.



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Universidades estão a cobrar propinas ilegais

http://www.amigosdedelmirogouveia2.blogger.com.br/maos_moedas.jpg


via JN


Apesar de só se poderem inscrever em sensivelmente metade das disciplinas, os estudantes em regime de tempo parcial das universidades do Porto e da Madeira têm de pagar uma propina igual à dos restantes.


Para garantir uma maior flexibilidade no acesso ao Ensino Superior, o Governo decidiu, em Junho passado, criar o regime de estudante a tempo parcial. As suas grandes vantagens seriam não obrigar o aluno a ter de se inscrever em todas as disciplinas do ano, beneficiando de um regime especial de prescrições e pagando uma propina menor.


No entanto, segundo o JN apurou, tanto a Universidade do Porto, como a da Madeira, apesar de limitarem a inscrição a cerca de metade dos créditos do regime geral, cobram uma propina semelhante à do regime geral e que é, em ambos os casos, o valor máximo de 972 euros.


Fonte da Universidade do Porto explicou ao JN que, por ter dúvidas quanto à interpretação do diploma legal (ver ficha) e para não atrasar mais a implementação deste regime, a Secção Permanente do Senado da Universidade optou, neste ano lectivo, por equiparar o valor da propina dos estudantes em regime parcial e do regime geral.


Todavia, parece que apenas duas Universidades tiveram dúvidas de interpretação, já que, segundo o JN conseguiu apurar, as demais ou ainda não implementaram este sistema ou então optaram por fórmulas de cálculo que reduzem o valor a pagar (ver ficha).


Na altura, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, referiu que este regime se destinava "a pessoas que naturalmente não podem cumprir o horário de trabalho e ser estudantes a tempo inteiro, que podem desta forma adequar o tempo de estudo às suas obrigações concretas da vida, como trabalhadores ou como pais". O JN tentou obter uma reacção do ministério a esta situação, mas o gabinete de Mariano Gago escusou-se a dar qualquer resposta.


Um estudante da Faculdade de Engenharia do Porto, que apenas quis ser identificado como Filipe, disse ao JN que, "por estar à espera de um ano complicado em termos profissionais", tinha pensado em inscrever-se a tempo parcial, mas quando constatou que iria pagar o mesmo desistiu da ideia. "Já que pago o mesmo vou tentar fazer o máximo de discplinas", explicou.


sábado, 4 de outubro de 2008

Manifestação pela regularização dos indocumentados


comunicado de imprensa


JORNADA DE ACÇÃO


Pela regularização dos(as) indocumentados(as), contra a onda xenófoba e contra o Pacto Sarkozy


Associaçõesconvocam jornada de acção para

domingo, 12 de Outubro, às 15h, no Martim Moniz


Nos dias 15 e 16 de Outubro, o Conselho Europeu reunirá oschefes de Estado e de governo dos 27 para ratificar o 'PACTOEUROPEU sobre IMIGRAÇÃO e ASILO', aprovado no conselho deministros realizado a 25 de Setembro. O Pacto proposto por Nicolas Sarkozy, nocontexto da presidência francesa da União Europeia, visa definir as linhasgerais da UE nesta matéria e assenta em cincopontos fundamentais: organizar aimigração legal, priorizando a adopção do “cartão azul”, para recrutamento demão-de-obra qualificada; facilitar os mecanismos e procedimentos de expulsão eestabelecer nesse sentido parcerias com países terceiros e de trânsito;concretizar uma política europeia de asilo; reforçar o controlo das fronteiras;proibir os processos de regularização colectiva.


Depois da aprovação da Directiva de Retorno, com o votofavorável do Governo português, estas medidas representam mais uma vergonhapara a Europa. O tratamento securitário dasmigrações, a definição de critérios discriminatórios para acesso ao trabalho, oaprofundamento da criminalização da migração, da militarização e externalizaçãodas fronteiras através do FRONTEX e a perseguição dos(as) cerca de 8 milhões deindocumentados(as) que vivem e trabalham na Europa - a quem é oferecida aexpulsão como única saída -, são medidas que visam consolidar uma EuropaFortaleza, da qual não podemos senão nos envergonhar.


Em Portugal, a recente onda demediatização da criminalidade e as recentes declarações de responsáveisgovernamentais que trataram os(as) como imigrantes bodes expiatórios para oaumento da criminalidade, abrem espaço para as pressões xenófobas e racistas, ecriam um ambiente propício para a desresponsabilização do Governo. Em causaestá a necessidade de regularização de dezenas de milhares de imigrantes quedefrontam sérias dificuldades em regularizar a sua situação.


São homens e mulheres que procuraram fugir à miséria, fome,insegurança, obrigados a abandonar os seus países como consequência doaquecimento global e outras mudanças climáticas, ou que muito simplesmente tentarammudar de vida, mas a quem não foi reconhecido o direito a procurar melhorescondições de vida. Tratam-se de pessoas que não encontraram outra opção senão orecurso à clandestinidade, muitas vezes vítimas de redes sem escrúpulos, e quese confrontam com uma lei que diz cinicamente que 'cada caso é umacaso', fazendo da regra a excepção e recusando à generalidade dos(as)imigrantes o reconhecimento da sua dignidade humana. Destaque-se a situação dosimigrantes sem visto de entrada, a quem a lei recusa qualquer oportunidade delegalização.


Solidários(as) com a luta que se desenvolve na Europa e nomundo contra as politicas racistas e xenófobas, também por cá vamos lutar pelaregularização de todos imigrantes, sem excepção, cada homem/mulher - um documento.É uma luta emergente contra as pretensões de expulsão dos(as) imigrantes, contraa vergonha de uma Itália que estabelece testes ADN como instrumento deperseguição dos ciganos(as), contra as rusgas selectivas, arbitrárias eestigmatizantes, contra a criminalização dos(as) imigrantes, contra a ofensivadas políticas securitárias e racistas, alimentadas pelo tratamento jornalísticodistorcido feito por alguns meios de comunicação social. Cientes de que estácriado um ambiente de perseguição aos imigrantes na Europa, e rejeitando aspressões racistas e xenófobas dos Governos de Sarkozy e Berlusconi,organizações de imigrantes, de direitos humanos, anti-racistas, culturais,religiosas e sindicatos, decidiram marcar para o próximo dia 12 de Outubro, domingo pelas 15h, no Martim Moniz, uma jornada de acção pelaregularização dos indocumentados(as), contra a onda de xenofobia e contrao Pacto Sarkozy.


ORGANIZAÇÕES SIGNATÁRIAS:
Acção Humanista Coop. e Des.; Associação de Apoio ao Estudante Africano; ACRP; ADECKO; AIPA – Ass. Imig. nos Açores; APODEC; Ass. Caboverdeanade Lisboa; Ass.Cubanos R.P.; Ass. Lusofonia, Cult. e Cidadania; Ass. Moçambique Sempre; Ass.dos Naturais do Pelundo; Ass. dos Nepaleses; Ass. orginários Togoleses; Ass. R.da Guiné-Conacri; Ass. Olho Vivo; Ass. Recr. Melhoramentos de Talude; BalletPungu Andongo; Casa do Brasil; Centro P. Arabe-Puular e Cultura Islâmica;Colect. Mumia Abu-Jamal; Comissão de Moradores do Bairro do Fim do Mundo; Khapaz – Ass. de Jovens Afro-descendentes; Núcleo doPT-Lisboa; Obra Católica Portuguesa de Migrações; Solidariedade Imigrante; SOSRacismo.


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Cantinas Universitárias

[mista.jpg]

O Movimento MISTA promove um inquérito acerca da qualidade das cantinas universitárias.
Participa no blog do movimento MISTA


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

MUDA lança a 5ª edição do jornal RADAR

O MUDA (movimento de estudantes da Faculdade de Ciências) lançou no passado dia 15 o RADAR. Esta é já a 5ª edição do jornal que é agora dedicado à vida na faculdade e em Lisboa.


Descarrega o RADAR
aqui!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Carreiras de futuro... nos call-centers

via Precários Inflexíveis


[2165682977_ae10befea8.jpg]


Então não é que há chefes de call-centers que têm o descaramento de dizer coisas como esta?:


"Frederico dos Santos Carona, director de projecto da RHmais, defende que existe espaço nestas empresas para jovens que querem percorrer um caminho. O que é preciso é querer. Disciplina, trabalho de equipa, pontualidade e assiduidade são requisitos mínimos para quem quer chegar mais longe. É uma questão de atitude. «Esta indústria é caracterizada pelo seu enorme dinamismo e novas oportunidades. Para fazer carreira de sucesso é preciso conseguir destacar-se. Infelizmente, a generalidade das pessoas não aposta naquilo que está a fazer, considera o emprego no ‘contact center’ como algo transitório na sua vida. Há um ‘deficit’ de pessoas ambiciosas em relação às oportunidades existentes nesta indústria. A carreira está lá e é preciso querer tê-la.»"


(notícia "Mundo Universário", aqui)


Sugestão: 'bora "lá" tod@s buscar a nossa querida carreira, nessa indústria de oportunidades, salários luxuosos e contratos para a vida?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Revolução das Colheres




No dia Mundial do Animal,
dia 4 de Outubro, a Acção Animal vai realizar um jantar vegetariano (vegano), seguido de um debate sobre vegetarianismo e o movimento sul-americano pró-vegetarianismo "revolução das collheres".

O local será na cooperativa cultural "Crew Hassan", na Rua das Portas de Santo Antão, n.º 159, 1º andar (metro: Restauradores; www.crewhassan.org).

O jantar está marcado para as 20h, terá um custo de 7 euros e terá de ser obrigatoriamente reservado até dia 26 de Setembro (geral@accaoanimal.com).

O debate (21h) e concerto (22h30) têm entrada livre.

Este evento está integrado nas actividades da Semana Vegetariana. Para veres outros eventos e iniciativas integradas nesta semana, incluindo algumas organizadas pelo núcleo do Porto da Acção Animal, visita a página www.semanavegetariana.com.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Governo acusado de “comercialização do ensino”

O Senado da Universidade de Lisboa não poupa críticas ao novo modelo de financiamento do Ensino Superior, acusando o Governo de sugerir às universidades "práticas desresponsabilizantes de sub-orçamentação" e “medidas de comercialização do ensino", numa deliberação em que alerta para a situação financeira "dramática" em que a instituição se encontra.

"A maneira como o Governo condiciona a vida das universidades, sugerindo-lhes práticas desresponsabilizantes de sub-orçamentação ou, pior ainda, obrigando-as a medidas de 'comercialização' do ensino e de desqualificação do seu corpo docente não auguram nada de positivo para os próximos tempos", salienta o Senado da Universidade de Lisboa numa deliberação aprovada no passado dia 11 de Setembro.


No mesmo documento é recordado que as verbas disponíveis transferidas pelo Estado para assegurar o funcionamento regular da instituição diminuíram cerca de 25 por cento desde 2005, fixando-se em 2009 nos 76,183 milhões de euros.


"A diminuição que tem ocorrido nos últimos quatro anos vem colocar a Universidade de Lisboa numa situação dramática, cujas consequências quanto à qualidade do ensino, ao desenvolvimento de políticas estratégicas, aos recursos humanos e ao âmbito da sua actividade são facilmente previsíveis", alerta o Senado.

sábado, 24 de maio de 2008

Julgamento das praxes: condenação histórica


Terminou hoje o julgamento que pôs em causa as práticas de praxes académicas decorridas na Escola Superior Agrária de Santarém – em Outubro de 2002, quando a Ana Santos foi obrigada a ter o seu corpo coberto com excrementos de animais – com a condenação dos sete arguidos.

Seis arguidos, acusados do crime de ofensa à integridade física qualificada, e o sétimo, do crime de coacção, foram condenados a pagar multas entre os 640€ e os 1600€.

Este foi um julgamento em que se usou recorrentemente os conceitos de "anti-praxe", "código de praxe" e "acordo", definindo a praxe como um acordo entre praxados e praxistas.

Na sua exposição, o juiz declara que não é obrigatório alguém declarar-se “anti-praxe” para não ser sujeito a tais práticas; o código que a regula não tem qualquer legitimidade [inclusivamente incorpora elementos que se opõem à constituição]; e que os actos inseridos no contexto de praxe não se baseiam em nenhum acordo entre quem manda [”veteranos”] e quem obedece [“caloiros”].

Pela primeira vez, a instituição de justiça competente, e não um poder inventado de uma hierarquia fantasiosa, julga e condena acções em contexto de praxes académicas, lembrando ou mostrando que ninguém é inimputável à sombra do traje académico e que um crime é um crime, mesmo “sendo da praxe”.

A coragem da Ana, que apesar de todos os obstáculos nunca desistiu, levou a este ponto de viragem: a partir de hoje as “leis da praxe” já não se podem considerar paralelas às leis do país. E o futuro, a partir de hoje, pode pensar noutras mudanças que tornem livres as relações entre estudantes.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Muit@s Precári@s à Solta na Festa MayDay!!

Muitas, muitas centenas de pessoas estiveram no passado sábado no Ateneu. A Festa MayDay “Precári@s à Solta” correspondeu às melhores expectativas dos muitos contributos necessários para a organizar. Muita gente respondeu ao apelo: festejar a recusa da precariedade e pensar respostas, colectivamente.

Primeiro, a projecção vários filmes: mobilizações, denúncias e intervenções, cá e lá fora. Depois, as músicas de Pedro e Diana, Ana Deus, Loja das Conveniências e Micro Sapiens. Noite dentro, durante toda a festa, a zona de “workshop” permitiu a muita gente pôr ideias em materiais – muitos ficarão, certamente, para a parada! Um programa cheio, porque muita gente quis participar nele e contribuir para uma festa em que o apelo à mobilização se procurou tanto nas actividades e performances como na forma de as fazer.
Valeu a pena o esforço de construir uma festa com as nossas mãos, sem patrocínios nem profissionais. A imaginação precária e a vontade de mudar as nossas vidas está a juntar a energia que precisamos para um MayDay Lisboa ainda mais participado e interventivo do que o ano passado. No pouco tempo que falta, dedicamos todo o empenho na divulgação da parada. Mas agora com muito mais confiança, porque sabemos que somos mais.
MayDay!! MayDay!!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O mundo diplomático

A edição portuguesa do Le Monde Diplomatique do mês de Abril apresenta-nos um texto sobre o RJIES, da autoria de Maria Eduarda Gonçalves, professora do ISCTE.
Foca, principalmente, os aspectos da gestão das universidades (orgãos, práticas, metas e consequências), com a entrada em vigor do regime jurídico e aponta a fatalidade da imposição em tão curto espaço de tempo de uma reforma tão complexa e com implicações tão profundas.

A edição online ainda nos apresenta dicas valiosíssimas de como ter sucesso nesta reforma do ensino, na universidade feudal do futuro!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Está perto do fim o julgamento dos "praxistas" de Santarém

Ex-caloira da Escola Agrária disse em tribunal que as praxes a que foi sujeita foram "uma tortura"


Para alguns dos ex-caloiros da Escola Superior Agrária de Santarém (ESA), que ontem foram chamados a depor como testemunhas em tribunal, o que se passou nas praxes daquele dia 8 de Outubro de 2002 foi uma "brincadeira" com excrementos de porco e de vaca. E fez parte da "integração" dos novos estudantes, como eles. Para outros, o que aconteceu foi "um castigo", uma "punição" a que Ana Francisco, então aluna do 1.º ano de Engenharia Alimentar, "foi obrigada a sujeitar-se". Sete jovens, entre os 27 e os 32 anos, estão a ser julgados por alegada violência nos rituais de recepção ao caloiro daquele ano lectivo de 2002/2003.Ontem, na quarta sessão do julgamento (o primeiro do género no país), Ana Francisco prestou pela primeira vez declarações perante o juiz Galvão Duarte Silva do Tribunal Judicial de Santarém. E disse que naquele dia chorou e teve "muito medo".

Seis dos arguidos são acusados de ofensa à integridade física. Um sétimo, o único que ontem não esteve presente na sessão que durou o dia todo, responde por coacção. No início do julgamento, quando foram ouvidos (a 14 de Fevereiro), garantiram que não quiseram ofender quem quer que fosse, que Ana Francisco aceitou as praxes e que nas praxes não há castigos.Seis anos depois das práticas que, alegadamente, a fizeram mudar de curso e de escola, Ana Francisco apresentou outra versão. Diz que naquele dia foi a única a ser "esfregada com excrementos" num grupo de dezenas de caloiros numa quinta da escola, a 30 quilómetros de Santarém. E a única a ser mergulhada de cabeça num penico com bosta, já na ESA. Garante que foi "castigada".Tudo terá começado porque os caloiros estavam proibidos de atender telefonemas e ela atendeu um. Ana Francisco contou que um dos veteranos, José Vaz, gritou com ela. "Expliquei-lhe que era a minha mãe, que ela estava doente, que tinha sido operada havia pouco tempo..."Outro arguido ainda, que Ana Francisco identificou como sendo Rui Coutinho, tê-la-á insultado por causa disso. "Ele andava de um lado para o outro aos berros, pronunciou palavras pouco amigáveis..." O juiz quis saber quais. "Posso dizer? A puta da sua mãe..."Depois disso, a ex-aluna garante que se declarou "antipraxe" e disse que se queria ir embora. "Mas eles disseram que eu estava muito longe [da escola], que era melhor permanecer ali". "Deixei-me ficar, lembro-me de pensar que nem sabia, se me fosse embora, para que lado devia ir..."Ana Francisco contou ainda que uma das arguidas, Sandra Silva, ordenou-lhe que ficasse "na posição de elefante pensador", de joelhos, com as mão debaixo dos mesmos e os pés levantados. E que pedisse desculpa aos colegas. Depois, quatro caloiros receberam ordens de alguns dos arguidos para irem buscar sacos de esterco para lhe barrarem o corpo: "Fui barrada nos braços, no pescoço, a barriga, no cabelo..." O juiz quis saber como encarou a jovem esse acto. "Como uma humilhação, uma tortura." Mais: "Temia que algo pior pudesse acontecer", se saísse da quinta e se fosse embora a pé, porque "eles estavam muito exaltados". Uma vez mais o juiz insistiu: o que achou ela que podia acontecer? "Ser violada..." A resposta suscitou risos de indignação entre alguns arguidos. Ana diz que foi também por ter medo que algo pior acontecesse que ficou "em silêncio". E participou em mais uma praxe que consistia numa simulação de um acto sexual com os outros caloiros.Já na ESA, outro arguido, Tiago Figueiredo, terá pedido a dois caloiros para a ajudarem a fazer o pino e a mergulhar a cabeça "até às pálpebras" num penico com bosta. No final, a advogada de defesa quis esclarecer uma dúvida que várias vezes foi colocada neste julgamento. "Alguma vez manifestou a sua discordância" com as praxes? O juiz respondeu pela jovem: "Sôtora: ela declarou-se antipraxe."As alegações finais estão marcadas para 24 de Abril.

(08.04.2008, Andreia Sanches, Público)

sexta-feira, 4 de abril de 2008

As propinas... já não são o que eram

As propinas eram para aumentar a qualidade das faculdades, lembram-se?


As famílias e os próprios estudantes (aqueles que trabalham) do Ensino Superior têm amortecido a quebra do montante de investimento público por discente, que se cifrou em menos 12%, quando se comparam os montantes de 1995 e 2004. O investimento privado (famílias) passou de 3,5% para 14% no mesmo espaço de tempo. O desvanecimento financeiro do Estado é quase integralmente compensado pela contribuição das famílias.
Em Espanha, o investimento público por estudante do Superior aumentou significativamente entre 1995 e 2004 (de 100 para 171, isto é, 71%), isto apesar de o número de alunos inscritos até ter decrescido (ver infográfico em que os valores de 1995 são todos iguais a 100). Em Portugal, passou-se o inverso o número de estudantes até aumentou 46%, mas o investimento público diminuiu 12%.
(JN, 3 de Abril de 2008)

O período analisado pela OCDE coincide, quase integralmente, com a entrada em vigor das propinas. Para quem não está lembrado, o principal argumento dos seus defensores era o do reforço da qualidade do serviço prestado. António Guterres, garantiu mais de que uma vez que não seria gasto um escudo das receitas das propinas a pagar salários ou com as despesas de funcionamento das instituições. Dez anos depois, os resultados estão à vista. Mais alunos nas faculdades, menos dinheiros no orçamento das instituições. Agora, que pretende generalizar um sistema de empréstimos no ensino superior, José Sócrates garante que não vai diminuir a despesa pública com a acção social escolar. Ainda alguém acredita?
(http://www.zerodeconduta.blogs.sapo.pt/, 3 de Abril de 2008)

Portugal entre os países onde há mais vantagens em tirar cursos superiores

Portugal é um dos países em que existem mais vantagens em tirar um curso superior, conclui um estudo da OCDE. Segundo este estudo, as vantagens não são apenas económicas, uma vez que se reflectem também a nível social.
(TSF, 3 de Abril de 2008)

Que respondes tu?


Estou perturbada pelo tema do "incidente do telemóvel", mas ao contrário do que se tem ouvido, a minha perturbação vem exactamente da análise que se tem feito do caso.
As palavras "autoridade", "família", "punição" (palavras muito usadas durante o Estado Novo), que têm entrado em quase todos os discursos (e que transformam as "pessoas mais novas" como pessoas inferiores) são tão antigas e obsoletas quanto o sistema de ensino.

Será normal que a Escola continue a ser apenas um local de reprodução e não de renovação de ideias? Esperamos nós que a Escola "ponha as crianças na linha" em vez de as ajudar a encontrar autonomia e autodeterminação? Queremos que saiam da Escola bons profissionais (precários, claro, que os tempos não estão para melhor) em vez de pessoas com ideias, capacidades e vontades de reinventar a sociedade?

Será que queremos impor desde cedo a estratificação da hierarquia que "nos manda obedecer" (aos pais, aos professores, aos patrões, aos polícias)?
Esperamos nós que a Escola seja um local de medo e retracção, vigiado por polícias e colegas, em vez de um espaço de liberdade onde as diferenças se respeitam?
Queremos que se ache normal que os professores roubem os telemóveis dos alunos, em vez de querermos que a Escola se reinvente e se adapte ao presente?

Eu respondo a tudo que não.

Ana Feijão

segunda-feira, 17 de março de 2008

Raças perigosas

A imagem “http://img211.imageshack.us/img211/6028/marianogagoperigosonl7.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Este aqui parece o "Gato das botas" do filme do ogre verde. Parece que não faz mal a ninguém, mas pela calada está a transformar as Universidades em Faculdades-empresas tendencialmente pagas. Afinal, na sua sociedade socretina perfeita, a grande maioria já se formou nas "novas oportunidades", está a trabalhar numa caixa de supermercado ou num outro qualquer trabalho mal pago no reino da fexigurança, enquanto as universidades deverão ficar guardadas para a excelência e para aqueles que se querem formar como futuros ocupantes das cadeiras do poder. São aliás estes os "lindos olhos", como diz o Engenheiro, do Mariano Gago.

VIA WEHAVEKAOSINTHEGARDEN

sexta-feira, 14 de março de 2008

Estudante Universitário rima com trabalho precário

Estudante Universitário rima com trabalho precário... nas palavras e na vida, infelizmente.

Sou precário, acordo todos os dias apressado, atarefado com horários quase impossíveis de cumprir. A corrida começa ao acordar. Sair de casa e entrar nos transportes públicos sempre caóticos e atrasados, chegar atrasado á faculdade para uma aula que nunca desejei, mas que é obrigatória. Saltar de sala em sala e ter apenas 30 minutos para almoçar.

É fim da tarde, acabaram as aulas, e já levo uns quantos trabalhos para fazer em casa. Mas eu vou para casa? Não. Vou ter uma acção de formação (sem remuneração), para que possa entrar num trabalho em part-time, e assim conseguir pagar os 3000€ de propina anual da minha faculdade que se diz pública, e pagar também o aluguer do meu quarto em Lisboa. Relembro o tempo em que a licenciatura durava 5 anos e a propina anual correspondia ao ordenado mínimo (2002). Era bem mais fácil... Maldito processo de Bolonha, trocou-me o nome de Licenciado por Mestre a troco de 3000€ anuais!

A noite chegou e já vai longa, vou agora jantar e vou-me deitar, porque não tenho cabeça para mais. Ficam os trabalhos da faculdade por fazer... Espero conseguir obter frequência e poder fazer as cadeiras por exame.

Deitei-me...

Mas apesar do cansaço, as preocupações deixam-me inquieto e na impossibilidade de dormir. Penso: Amanhã começo a trabalhar. São mais 4 horas de trabalho diário para acrescentar ao tempo de aulas e estudo, e como se não chegasse, o meu trabalho será mal valorizado. Não me resta tempo para outra actividade além do trabalho e do estudo. Quem sou eu? Quanto tempo demorarei a acabar o meu curso nestas condições? Quem me dera ter uma bolsa de estudos... mas estas estão a acabar e a ser substituídas por empréstimos... Estou a desesperar de tal modo que até já gostei menos do Totta, banco que “oferece” empréstimos aos alunos desesperados como eu, e que até já me impingiu uma conta bancária para poder ter um cartão de estudante. Talvez não seja má ideia o empréstimo! Mas depois fico hipotecado o resto da minha vida, com um curso para pagar, uma casa, um carro, ... e um trabalho precário que exige um curso universitário.

Amanhã chegarei atrasado às aulas novamente...

Ricardo Vicente

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

De "tribunal de praxe" a "praxe no tribunal"

Decorreu hoje a segunda sessão do julgamento que acusa sete antigos alunos da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS) de terem "praxado".
O caso remonta a 2002, quando a ex-aluna da ESAS, Ana Santos, viu o seu corpo coberto de excrementos de animais, no decorrer da "integração" ao "caloiro".
A Ana apresentou queixa e, cinco anos depois, esta queixa segue para julgamento.
Seis arguidos são acusados do crime de ofensa à integridade física qualificada e um sétimo de crime de coacção.
Já foram ouvidos os arguidos e algumas testemunhas de defesa (dos arguidos).
É a primeira vez que alguém é julgado por ter "praxado". Até este julgamento, "praxar" era um acto coberto com a impunidade que deixa cair "os excessos" no esquecimento.
(O caso do Diogo Macedo, de Famalicão, é uma prova perfeita de que quem espanca alguém até à morte pode não ser punido, nem sequer responsabilizado, por isso, desde que tal decorra de um acto de "praxe".)
O poder que estes estudantes vão reivindicando ao longo da sua passagem nas faculdades, está a ser posto em causa: será que os "veteranos" podem mesmo fazer aos "caloiros" coisas que estes não querem?
Fica a pergunta, aguardando uma resposta negativa, por parte do juiz.
Mas se assim não for, fica esta questão acompanhada de tantas outras...


E para acompanhar um pouco mais o caso, aqui fica o directo da RTP (que só por existir, já prova a preocupação em discutir e questionar este tema), no dia da primeira sessão do julgamento:

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Grémio Lisbonense: palco de monólogos policiais

Bastonada e Liberdade

Mais uma vez alguém com as mãos vazias sentiu a força brutal da polícia e a falta de racionalidade de uma resposta de um estado cada vez mais opressor. Pergunto se é possível aceitar que alguém que organiza e efectua um protesto pacífico possa esperar levar bastonadas da polícia para simplesmente desocupar um edifício. Esquecendo até o facto de que se trata de uma associação cultural com mais do 150 anos.

Não percebo muito bem como é possível e fácil levantar o cassetete a alguém que não representa uma ameaça.

Em todo o caso uma coisa é clara. Rapidamente, tal como no passado, o governo que envia forças policiais ou qualquer agente de repressão, vai ter de decidir de que lado está numa sociedade onde os ladrões não precisam de ocupar as casas, porque as roubam na secretaria. Onde quem ocupa casas, ou edifícios públicos ou não, claramente não tem objectivos muito mais para além do que a própria vida.

Posso deduzir daqui algumas ideias (futurologia próxima):

- As pessoas que protestam e se organizam não vão deixar de o fazer mesmo que a repressão aumente, aliás, pelo que temos visto, as pessoas até ficam mais predispostas a colaborar e a resistir.

- Certamente que ninguém não gosta de levar bastonadas da polícia, nem de ninguém, muito menos alguém que participa em protestos pacíficos.

- A composição das organizações e movimentos de hoje não são os mesmos de há 10 anos. Estas saberão e tenderão a reagir e a organizar protestos de forma diferente e proporcional àquilo que é esperado da reacção do oposto, seja privado, seja estado.

Pessoalmente, não estou disposto a participar em protestos pacíficos e a levar uma bastonada.

(Rui Maia, Precário Inflexível)

(imagens e depoimentos em

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Tempos de crise e de poupança... Mas só no que faz falta!

Gago de "interferência excessiva"

Ministério diz que está a preparar com algumas instituições "contratos de financiamento e parcerias" para "viabilizar o futuro" das mesmas


O presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas considera que o ofício que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior enviou a algumas universidades, pedindo que tomem medidas para fazer face à difícil situação financeira em que se encontram, é "uma interferência excessiva" na vida das instituições.
Em declarações à TSF, o reitor Fer-nando Seabra Santos defendeu que essa "interferência" não se justificadesde logo porque a situação das instituições de ensino decorre "em larguíssima medida não tanto de ques-tões de gestão interna, mas da diminuição brutal dos financiamentos transferidos anualmente para as uni-versidades". No sábado, o semanário Expresso tinha noticiado que o ministério de Mariano Gago pediu às quatro universidades públicas com maiores défices que tomassem medidas: da extinção de cursos a cortes nas despesas com pessoal. O ofício seguiu para as universidades do Algarve, Évora, Açores e Trás-os-Montes e Alto Douro. Medidas radicais estão já em curso na Universidade de Évora, por exemplo. Numa carta dirigida a "colegas, funcionários e estudantes" no final de Janeiro, o reitor Jorge Araújo dava conta da obrigação que tinha sido imposta à instituição pelo Governo de subscrever "um contrato de saneamento financeiro". E explicava que nos próximos três anos haverá lugar, por exemplo, à "redução do corpodocente" através de medidas como da não renovação de contratos e incentivos à "mobilidade especial (voluntária)". Cursos com menos de 20Ontem, o Jornal de Notícias noticiou, por seu lado, que muitos cursos correm o risco de fechar por não cumprirem o número mínimo de alunos. Contactado pelo PÚBLICO, o gabinete de imprensa de Mariano Gago enviou uma nota à redacção: "O MCTES desmente notícias alarmistas sobre instituições do ensino superior."Nessa nota, o ministério recorda que "o não financiamento ou a fusão de cursos de licenciatura sem procura continuada por parte dos estudantes está em curso desde há dois anos" e tem "contribuído para a racionalização da oferta formativa". A base de dados disponível no site do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais mostra que, entre diferentes tipos de formação superior inicial, havia, no ano passado, 272 cursos no ensino público que tinham apenas entre 1 e 20 alunos inscritos (o PÚBLICO contabilizou as formações com a designação de bacharelatos, licenciaturas, licenciaturas de 1.º ciclo e bacharelato+licenciatura). Contudo, neste universo estão cursos que estão prestes a deixar de existir com as mudanças introduzidas pelo Processo de Bolonha e outros recém-criados ou recentemente adaptados às regras europeias.A nota explica ainda que "os serviços técnicos do ministério estão a trabalhar com algumas instituições no sentido de preparar contratos de financiamento e parcerias entre escolas para o reforço da rede nacional do ensino superior". Tudo para "viabilizar o futuro das instituições" e a qualidade do ensino. "Sem esta acção reformadora", acrescenta-se, algumas escolas já teriam fechado.

(Andreia Sanches. Público)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Lição nº 1: como avisar 100 professores que serão despedidos

(mensagem do Reitor da Univ. de Évora)







Prezados Colegas, funcionários e estudantes,


Na mensagem de ano novo que vos enderecei, procurei chamar a atenção para os importantes desafios que 2008 encerra e a necessidade de os enfrentarmos cumprindo objectivos e metas ambiciosas, apesar do contexto de forte restrição financeira. A este propósito, referi a obrigatoriedade colocada pelo Governo de subscrevermos um "contrato de saneamento financeiro".
É de todos conhecido que a Universidade de Évora atravessa um período de fortíssimo constrangimento financeiro decorrente, no essencial, da divergência que se vem acentuando, de ano para ano, entre o nível dos encargos certos e permanentes, por um lado, e o financiamento público que nos é alocado pelo Estado, por outro. Foi amplamente noticiado que, no ano passado, o diferencial era de cerca de 8 milhões de euros, o que perspectivava uma ruptura do pagamento de salários a partir de Setembro. Tal não se verificou porque se implementaram medidas drásticas (e muito impopulares!) de contenção de despesa e porque o Governo acedeu a transferir, em momentos diversos, reforços que, no conjunto, totalizaram 3,2 milhões de euros. A normalidade que se verificou no pagamento dos salários e dos subsídios de férias e de Natal (que em momento algum sofreu atrasos) teve contudo, como reverso, o aumento da dívida a fornecedores, transitada, e como contrapartida, a obrigatoriedade de celebração de um contrato de recuperação económica e financeira ao abrigo do n.º 2 do art.º 9 da Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior.
(…)
Em conclusão, o contrato de saneamento financeiro não poderá deixar de incidir em dois pontos cruciais: (i) o excesso de docentes e (ii) o elevado grau de insucesso escolar. O primeiro, porque se atingiu um excedente verdadeiramente exorbitante para o serviço prestado: mais de três centenas de ETIs. O segundo, porque se traduz numa perda de financiamento importante (que poderia atingir cerca de 3 milhões de euros, não fosse a aplicação de um factor de coesão) para além de denegrir a imagem da instituição.
Paralelamente, muitas outras medidas serão tomadas com vista à contenção de despesa, desde a utilização de novas tecnologias de comunicação ao incremento da eficiência energética, a modernização administrativa, a reconfiguração dos secretariados e dos serviços de apoio, o encerramento de certos sectores de serviços, a reestruturação da oferta formativa de modo a torná-la menos pletórica, a fusão de unidades orgânicas, etc.
(…)

Universidade de Évora, 29 de Janeiro de 2008
O Reitor
Jorge Araújo


(Mensagem completa em