terça-feira, 20 de março de 2007

Iraque, 4 anos de ocupação

A invasão do Iraque está a fazer quatro anos. Mas, mesmo do lado de quem a “inventou”, há poucos motivos para celebrar. Passado todo este tempo, o Iraque é hoje um território com destino incerto, onde reina o caos e a violência. Mortes, massacres e um novo fôlego ao radicalismo religioso – é este o balanço de uma guerra injusta e ilegal, baseada numa mentira imperial que escondia a cobiça pelo controlo do petróleo da região. Nas ruas do Mundo, houve e há gente a recusar a guerra.

As armas de destruição em massa e uns pozinhos de “cooperação com o terrorismo” eram as acusações que pendiam sobre o regime iraquiano no momento da invasão. Ora, não foi possível manter a mentira muito tempo: sabe-se há muito que ambas as alegações eram falsas e que as “preocupações” eram outras – a Administração Bush, com os seus “aliados”queriam deter os recursos energéticos da região e estavam dispostos à mentira da guerra para isso. Foi assim deposto o sanguinário regime de Saddam – o mesmo que mereceu apoio nas décadas anteriores pelo mesmo arco que se aliou para o declarar como pertencente ao “eixo do mal”.

Hoje o Iraque é um atoleiro. A violência e a guerra (civil, também) não parecem ter fim à vista. A irresponsabilidade dos interesses criou um barril de pólvora que não consegue resolver. Pelo caminho já ficaram as promessas de “libertação e melhoria da vida do povo iraquiano” ou de “democracia”.

Mas todo este poder económico e militar – e a sua propaganda – provou ter os seus limites. A 15 de Fevereiro de 2003, pela primeira vez, uma manifestação mundial com milhões de pessoas tentou evitar a guerra, naquela que foi a maior mobilização popular planetária de sempre. Também nos últimos dias, em vários pontos do Globo – diversas cidades dos Estados Unidos ou em Espanha, por exemplo – várias vozes exigem o fim da ocupação, apelando à paz e à retirada das tropas.

O ]MOVE[ iniciou a sua actividade, há praticamente um ano, justamente denunciando os horrores e injustiças desta guerra de ocupação e destruição. “Fallujah – o massacre escondido” foi um filme que nos ajudou a debater a urgência de parar a guerra. Começámos assim porque achávamos (e ainda achamos) que é possível e preciso que a Escola pense e tenha uma palavra a dizer sobre o que acontece no Mundo. Sabemos que ainda está (quase) tudo por fazer, mas queremos continuar.

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