(Extrema-direita tenta usar a Faculdade de Letras como “palco”)
Nos últimos dias, a extrema-direita organizou-se para deixar várias mensagens de ódio e eliminar a comunicação de várias organizações nas paredes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. “Portugal aos portugueses” ou “Fascismo é a solução” são apenas algumas das frases escolhidas para intimidar toda a comunidade escolar.
Na tarde de ontem, várias dezenas de skinheads marcaram presença física no local e, sentindo a impunidade de que gozam, ameaçaram as pessoas que pintavam o mural – até fotografias tiraram, “nas barbas” da polícia!
Sim, da polícia! Porque o Conselho Directivo, que tinha ficado indiferente às mensagens anteriores (e, inclusivamente, declarou hoje que as preocupações dos estudantes são apenas “desabafos”!!!), fez por impedir esta iniciativa e chamou a polícia. A polícia impediu que o mural fosse terminado e “convidou à retirada” dos seus executores, “escoltando-os”. Ficaram os skinheads, impunes, que puderam continuar a rir e a passear a sua atitude (também) de policiamento.
Abril, que está à porta, marcará mais um aniversário da revolução portuguesa que pôs fim a meio século de perseguições, torturas, guerras e mordaças. Mas celebrá-la tem que ser mais do que uma “obrigação” decorrente do calendário oficial. Fazer mais do que “picar o ponto” das efemérides é repensar hoje o que aconteceu antes, mas arriscando pensar no presente e no futuro, sabendo que é aí que está a urgência da transformação. O MOVE, no ISA, tentará fazer isso mesmo.
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