terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

De "tribunal de praxe" a "praxe no tribunal"

Decorreu hoje a segunda sessão do julgamento que acusa sete antigos alunos da Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS) de terem "praxado".
O caso remonta a 2002, quando a ex-aluna da ESAS, Ana Santos, viu o seu corpo coberto de excrementos de animais, no decorrer da "integração" ao "caloiro".
A Ana apresentou queixa e, cinco anos depois, esta queixa segue para julgamento.
Seis arguidos são acusados do crime de ofensa à integridade física qualificada e um sétimo de crime de coacção.
Já foram ouvidos os arguidos e algumas testemunhas de defesa (dos arguidos).
É a primeira vez que alguém é julgado por ter "praxado". Até este julgamento, "praxar" era um acto coberto com a impunidade que deixa cair "os excessos" no esquecimento.
(O caso do Diogo Macedo, de Famalicão, é uma prova perfeita de que quem espanca alguém até à morte pode não ser punido, nem sequer responsabilizado, por isso, desde que tal decorra de um acto de "praxe".)
O poder que estes estudantes vão reivindicando ao longo da sua passagem nas faculdades, está a ser posto em causa: será que os "veteranos" podem mesmo fazer aos "caloiros" coisas que estes não querem?
Fica a pergunta, aguardando uma resposta negativa, por parte do juiz.
Mas se assim não for, fica esta questão acompanhada de tantas outras...


E para acompanhar um pouco mais o caso, aqui fica o directo da RTP (que só por existir, já prova a preocupação em discutir e questionar este tema), no dia da primeira sessão do julgamento:

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