segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Grémio Lisbonense: palco de monólogos policiais

Bastonada e Liberdade

Mais uma vez alguém com as mãos vazias sentiu a força brutal da polícia e a falta de racionalidade de uma resposta de um estado cada vez mais opressor. Pergunto se é possível aceitar que alguém que organiza e efectua um protesto pacífico possa esperar levar bastonadas da polícia para simplesmente desocupar um edifício. Esquecendo até o facto de que se trata de uma associação cultural com mais do 150 anos.

Não percebo muito bem como é possível e fácil levantar o cassetete a alguém que não representa uma ameaça.

Em todo o caso uma coisa é clara. Rapidamente, tal como no passado, o governo que envia forças policiais ou qualquer agente de repressão, vai ter de decidir de que lado está numa sociedade onde os ladrões não precisam de ocupar as casas, porque as roubam na secretaria. Onde quem ocupa casas, ou edifícios públicos ou não, claramente não tem objectivos muito mais para além do que a própria vida.

Posso deduzir daqui algumas ideias (futurologia próxima):

- As pessoas que protestam e se organizam não vão deixar de o fazer mesmo que a repressão aumente, aliás, pelo que temos visto, as pessoas até ficam mais predispostas a colaborar e a resistir.

- Certamente que ninguém não gosta de levar bastonadas da polícia, nem de ninguém, muito menos alguém que participa em protestos pacíficos.

- A composição das organizações e movimentos de hoje não são os mesmos de há 10 anos. Estas saberão e tenderão a reagir e a organizar protestos de forma diferente e proporcional àquilo que é esperado da reacção do oposto, seja privado, seja estado.

Pessoalmente, não estou disposto a participar em protestos pacíficos e a levar uma bastonada.

(Rui Maia, Precário Inflexível)

(imagens e depoimentos em

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