domingo, 23 de setembro de 2007

Governo diz que universidades têm de se habituar a modelo diferente de financiamento

23.09.2007, Victor Ferreira


Verbas irão depender daquilo que as universidades são capazes de produzir, segundo Mariano Gago


O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior afirma que as universidades públicas "têm de se habituar a um modelo diferente de financiamento", no qual as verbas "dependem daquilo que as universidades são capazes de produzir". É desta forma que Mariano Gago reage às preocupações financeiras demonstradas por alguns reitores, como o da Universidade do Minho (UM), Guimarães Rodrigues, que, há precisamente uma semana, reclamou um "financiamento sustentável" das universidades, lembrando que o orçamento da UM para 2008 "apenas cobre 84,5 por cento dos encargos com pessoal". Segundo o ministro, as despesas de funcionamento das universidades "estão sempre garantidas" pelo Orçamento do Estado, mas a transferência de verbas para os orçamentos universitários não pode mais basear-se apenas nos rácios. "As fórmulas básicas de financiamento das universidades apenas com base no número de alunos e pouco mais só podem representar uma parte do financiamento das universidades", defendeu o governante, na sexta-feira, na Universidade do Minho, em Guimarães, onde presidiu à abertura oficial do ano lectivo para os alunos dos primeiros cursos de doutoramento e de pós-graduação desenvolvidos no âmbito do programa MIT Portugal. A outra parte do financiamento, continuou o governante, "depende da actividade concreta das universidades e, sobretudo, das actividades de investigação e de formação avançada". Em relação ao Orçamento de Estado para 2008, Gago assegurou que o financiamento estatal das escolas vai aumentar, mas frisou que "o que está a aumentar são as verbas de investigação". "As universidades estavam habituadas a um tipo de financiamento e hoje têm de se habituar a um modelo diferente de financiamento, que é maior, mas que é diferente e que não está garantido à partida", frisou ainda.




Cursos do MIT arrancaram




Em Guimarães, o ministro inaugurou as primeiras formações conjuntas a arrancar em Portugal, inseridas na área da Engenharia da Concepção e Processos Avançados de Fabrico (EDAM - Engineering Design and Advanced Manufacturing), uma das quatro áreas focais do programa MIT Portugal. A iniciativa envolve um curso de doutoramento em Líderes para as Indústrias Tecnológicas, frequentado por 15 alunos e um curso de pós-graduação em Technology Management Enterprise. O programa curricular foi desenvolvido em parceria por 35 docentes de três universidades portuguesas (U. Minho, Faculdade de Engenharia da U. Porto e Instituto Superior Técnico de Lisboa) e 11 docentes do Massachusetts Institute of Technology, envolvendo 11 empresas afiliadas. "Ainda é muito raro assistir-se à cooperação entre instituições no desenvolvimento de um programa de ensino, mas, no futuro, esta deverá ser a regra", elogiou o governante.
O coordenador do programa, Paulo Ferrão, lembrou que o projecto de cooperação entre escolas portuguesas e o MIT está a completar o seu primeiro ano de existência, mobilizou 180 investigadores portugueses e 60 do MIT e contabiliza 25 empresas associadas. 180 investigadores portugueses, 60 do MIT e 25 empresas associadas.



notícia do site PÚBLICO.PT

imagem: Imagens do Kaos

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