quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Emissões mundiais de dióxido de carbono podem subir 27 por cento até 2030

"Mesmo no cenário mais favorável, as emissões globais de dióxido de carbono do sector energético poderão subir 27 por cento até 2030". Os países ultrapassam-se na emissão de gases de efeito estufa, a China já ultrapassou os EUA, a Índia começa a ganhar terreno e a emitir cada vez mais, sendo que os grandes poluidores actuais não estão a diminuir as emissões. O que se passa? Com tantos acordos nada se faz.. Uma das razões será por as decisões não estarem a passar pelas pessoas e a serem apenas negociadas com a velha nata dos governantes e interesses económicos. Que empresa quer mudar os seu sistema de produção para um sistema mais limpo se isso se reflectir no seu lucro? Enquanto não é possível limpar a produção continua-se a produzir sem senso e espera-se pelo melhor (que será o pior?).


A solução deste problema não será fácil mas passa pela decisão de todas as pessoas e por uma mudança radical do sistema de produção, não é só mudar as lâmpadas incandescentes para económicas e continuar a fazer tudo igual.


Podes ler de seguida o artigo do PÚBLICO.PT:




A imagem "http://www.irancartoon.com/110/invention/bahrami.jpg" não pode ser mostrada, porque contém erros.
Hamid Bahrami/Iran


Emissões mundiais de dióxido de carbono podem subir 27 por cento até 2030

08.11.2007 - Ricardo Garcia

Mesmo no cenário mais favorável, as emissões globais de dióxido de carbono do sector energético poderão subir 27 por cento até 2030, segundo o último World Energy Outlook (WEO 2007), da Agência Internacional de Energia. Esta hipótese é uma má notícia para o mundo, que tenta encontrar uma forma de conter o aquecimento global.

Para que a temperatura média da Terra não aumente mais do que 2,0 a 2,4 graus Celsius no longo prazo, as emissões mundiais teriam de atingir o seu pico até 2015, de acordo com o último relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas. Depois, precisariam de cair entre 50 e 85 por cento até 2050.
Mas nenhum dos cenários da Agência Internacional de Energia apontam neste sentido. Pelo contrário, as emissões prometem subir no médio prazo em quase todas as regiões do mundo.
O World Energy Outlook 2007 contabiliza apenas as emissões de dióxido de carbono que provêm da queima de combustíveis fósseis - petróleo, carvão e gás natural. Até 2005, o maior poluidor eram os Estados Unidos, com 5800 milhões de toneladas anuais a serem expelidas pelas suas indústrias e automóveis. A China já vinha a seguir, com 5100 milhões de toneladas.
No ano passado, a China aproximou-se dos EUA, devendo passar para a primeira posição este ano, na avaliação da Agência Internacional de Energia. Um instituto ambiental holandês, porém, sustenta que isso já aconteceu em 2006.
Se nada for feito a partir de agora, em 2030 os cinco maiores emissores de dióxido de carbono manter-se-ão os mesmos, mas em posições diferentes. A China ficará em primeiro, com quase o dobro das emissões dos Estados Unidos (11.400 milhões de toneladas, contra 6900 milhões). A Índia subirá da quinta para a terceira posição (3300 milhões de toneladas), seguida da Rússia (2000 milhões) e do Japão (1200 milhões).
Nessa altura, a discussão sobre a responsabilidade histórica pelo aquecimento global pode até começar a perder sentido.


EUA e UE emitem metade



Cerca da metade de todo o dióxido carbono lançado para a atmosfera entre 1900 e 2005 veio dos Estados Unidos e da União Europeia, contra apenas oito por cento da China e dois por cento da Índia. Mas em 2030, as emissões acumuladas da China já serão 16 por cento do total, chegando já muito próximas das dos EUA (25 por cento) e da UE (18 por cento). E as da Índia serão as mesmas das do Japão (4 por cento).

O World Energy Outlook 2007 apresenta um cenário para 2030 em que se consegue manter a concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera em 450 partes por milhão, o que asseguraria um aumento suportável da temperatura global. Mas isto implica uma enorme mobilização, desde instrumentos para obrigarem à modernização de determinados sectores industriais, até um grande aumento no uso da energia nuclear e no recurso à captura e armazenamento de carbono no solo.
Uma medida das dificuldades: os automóveis no mercado em 2030 teriam de consumir 60 por cento menos combustível do que os de hoje.


57
por cento é o aumento das emissões de dióxido de carbono num cenário de referência, em que não é tomada nenhuma nova medida além das que já existem


19 por cento do total mundial das emissões de CO2 em 2005 registaram-se na China. Serão 28 por cento em 2030, no cenário de referência da AIE. Em 1990, este país emitia 11 por cento do total


4 por cento do total das emissões de CO2 em 2005 registaram-se na Índia. Serão 8 por cento em 2030, no cenário de referência da AIE. Em 1990, este país emitia três por cento do total


27 por cento é o aumento das emissões globais de CO2 até 2030, em relação a 2005, num cenário favorável. As emissões, no entanto, já estariam nessa altura estabilizadas, tendendo a cair a seguir


68 por cento é o incremento num cenário extremo, de crescimento económico acima das expectativas

Sem comentários: