Comunicado de Imprensa
M.A.T.A . - movimento anti "tradição académica"
Pela primeira vez, um caso de praxes leva pessoas a sentarem-se no banco dos réus.
Depois da Ana Sofia Damião – aluna do Piaget de Macedo de Cavaleiros em 2002 – não ter visto a sua queixa passar da fase de inquérito, a Ana Santos ultrapassa as barreiras que vão surgindo a quem tenta ultrapassar as marcas das "praxes".
O caso que vai a tribunal no próximo mês de Fevereiro remete à "época de praxes" de 2002, em Santarém. Ana Santos foi, entre muitas outras coisas, obrigada a ter a sua cabeça em excrementos de vaca e abandonada após ter desmaiado. Das acusações da Ana Santos, seis dos arguidos serão julgados por "ofensa à integridade física qualificada"; ficam para trás as acusações de coacção, sequestro, ameaça, injúria.
O Movimento Anti "Tradição Académica" (M.A.T.A.) tem vindo a acompanhar este caso desde 2003 e assinala a coragem da Ana Santos que foi obrigada a sair da instituição pública de ensino superior (Escola Superior Agrária de Santarém) e da própria cidade, de modo a poder continuar a estudar.
A decisão do tribunal revelar-se-á fundamental no caminho de mudança que tem envolvido a "tradição académica" nos últimos anos, assim como na construção de uma opinião pública crítica a este respeito e que questione a relação entre a natureza da praxe e este tipo de acontecimentos.
É também determinante para que a impunidade encoberta pelas "negras capas estudantis" possa ter fim e que deixem de ser as Associações de Estudantes ou as ilegítimas "comissões de praxe" a julgar os "abusos" com códigos inventados que se têm sobreposto às leis do país.
Esperamos, ainda, que as palavras finais do juiz venham abalar o "clima de medo" que abafa todas as histórias que se tornaram públicas e as que jamais saberemos.
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